Ameaças ransomware aumentam 70% em Portugal

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Cibercriminosos têm à disposição táticas mais sofisticadas de extorsão e o principal alvo são os setores mais vulneráveis, no pós-pandemia.

Os dados mais recentes da Check Point Research assinalam novos recordes de ciberameaças da variante ransomware. Apenas em maio de 2021, foram atacadas 1.115 organizações por semana, no mundo inteiro. “O negócio do ransomware está em plena expansão. Estamos a ver surtos globais de ransomware em todas as grandes geografias, especialmente nos últimos dois meses”, afirma Lotem Finkelsteen, Head of Threat Intelligence na Check Point Software. Nos últimos dois meses, o número médio de ataques ransomware aumentou 20% por semana, a nível mundial, enquanto a nível nacional disparou para os 70%. As ciberameaças atingiram mais o continente africano, com um aumento de 38%, seguida da Europa, onde aumentou 27%; Médio Oriente (21%); América Latina (19%); e Ásia (19%).Desde o início de 2021, que há em média 126% mais ataques por semana em Portugal e 41%, no mundo. Lotem Finkelsteen conclui que “da JBS à Colonial Pipeline, os gangs de ransomware estão a atacar alguns dos setores mais críticos da sociedade. Os agentes alteraram as suas táticas, priorizando agora a disrupção de infraestruturas críticas”, como é o caso do setor educativo e da saúde, que durante a pandemia se tiveram de reestruturar rapidamente, com um grande apoio no digital. Nos últimos 12 meses, os ataques ransomware cresceram, em média, 265% por semana, em Portugal, e 93% no mundo, afetando em particular o setor da educação, que sofreu um aumento astronómico de 347% no último ano. Seguem-se os transportes, com um aumento de 186%; o retalho e vendas (162%) e por fim, a saúde (159%).
Segundo o relatório, o tipo de malware, que restringe o acesso a sistemas e dados sob o pagamento de resgate, pode estar a aumentar devido à elevada rentabilidade dos ataques e ao aperfeiçoamento das táticas e alvos ransomware. “Estas tendências são explicadas por algumas coisas”, explica Finkelsteen e esclarece “primeiro, sabe-se que o modelo de negócio por detrás do ransomware é bastante lucrativo e de grande sucesso. Grandes manchetes em torno de pagamentos milionários de resgate, como aconteceu com o Colonial Pipeline, inspiram os cibercriminosos a apressarem-se a juntar-se ao negócio”.
“Os hackers estão a tornar-se cada vez mais criativos e inovadores nas suas táticas de ransomware, introduzindo métodos como a ‘tripla extorsão’, onde os agentes maliciosos não só exigem o pagamento de um resgate, como ameaçam os clientes, utilizadores e parceiros. Infelizmente, só irá piorar, acredito que ainda não tenhamos visto o pico dos ataques de ransomware. Os atacantes não estão só a ficar maiores, estão a ficar melhores no que fazem”, conclui Finkelsteen.
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